27/10/2010

Cine Vitória: na tela, artistas consagrados da produção nacional

Nome do cinema está ligado à vitória dos países aliados na Segunda Guerra

Crédito: Wagner Alves - ACOM/PMR

O Cine Vitória começou a ser construído em 1945 e terminou dois anos depois, quando o espaço foi inaugurado no dia 27 de julho. A escolha do nome tem uma explicação: a vitória dos países aliados, entre eles o Brasil, na segunda grande guerra mundial.

A obra esteve a cargo da TH Marinho e Andrade, mesma empresa que trabalhou na construção da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) e na reconstrução da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, cujas instalações tinham sido destruídas por um incêndio na década de 1940.

A época de construção do Cine Vitória foi de grande efervescência na Praça Oliveira Botelho, logradouro que vem tendo sua importância histórica resgatada pela Prefeitura com as obras de revitalização do Projeto Urbano Humano.

 Três anos depois da conclusão das obras do cinema, isto é, em 1950, ocorreu a inauguração da Rádio Agulhas Negras. O estúdio da emissora ficava no andar superior ao prédio do cinema, o que aumentou ainda mais a movimentação de pessoas pela região central de Resende.

Os primeiros filmes exibidos pelo cinema – estrelados por Oscarito, Anselmo Duarte, Wilson Gray, José Lewgoy, Grande Otelo e Mazaroppi, entre outros nomes de expressão da produção cinematográfica nacional - atraíam o público não só de Resende como de outros municípios das proximidades.       

A casa era utilizada não apenas para a exibição de filmes, mas também como palco de shows musicais e encenação de peças teatrais. Autor da composição “O Ébrio”, o cantor Vicente Celestino, por exemplo, encenou no local o espetáculo que levava o mesmo nome da música, tendo lotado as dependências do cinema.

Na década de 1980, a crise financeira no país, somada à propagação do vídeo cassete e o crescimento do número de locadoras de fitas de vídeo, refletiu no Vitória.

 Motivado principalmente pela pouca arrecadação na bilheteria, os proprietários resolveram colocar um ponto final na exibição de filmes. Em 1988, uma empresa de Juiz de Fora do ramo ainda tentou fazer ressurgir o Vitória, mas o projeto não foi à frente.

No ano passado, a Prefeitura reforçou a proposta de renascimento do Vitória como uma casa para a realização de espetáculos culturais.

 O anúncio da aquisição do espaço pelo prefeito José Rechuan (DEM) na manhã desta quarta-feira, dia 27 de outubro, mostra que mais um passo importante na busca deste objetivo acaba de ser alcançado.