PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Quem anda pelas ruas do Centro Histórico de Resende talvez não consiga imaginar,
mas aqueles prédios antigos, sobrados e casarões que parecem estar fora do seu
tempo, tem muita história para contar. Testemunhas de uma época de riquezas e
ostentação, esses imóveis, construídos com técnicas milenares de terra crua, resistem
ao tempo numa demonstração clara de que preservar é preciso! Em Resende existem
hoje 63 imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico Municipal, a grande maioria deles
construída com mão-de-obra escrava, o que comprova a importância do negro para a
história de Resende.
Caixa d´água
Construída em 1876. Foi o primeiro sistema distribuição de água em Resende. Com
capacidade para cento e cinqüenta e oito mil litros de água em seu porão de pedra.
Com captação de água com fontes distantes até cinco quilômetros do bairro. Ali existia
um chafariz para onde as lavadeiras traziam as suas trouxas de roupas. A construção
está situada no bairro Alto dos Passos, ao lado da Igreja Nosso Senhor dos Passos.
Câmara Municipal
Situada na Rua Padre Couto, no Centro, este prédio começou a ser erguido em 1926,
demorando dois anos para ficar pronto. Por ter três pavimentos, foi considerado o
“arranha céu” de Resende na época. Ele já abrigou a Caixa Rural, o Museu de Arte
Moderna e hoje é a sede do projeto da Câmara Cultural e da Academia Resendense de
História.
Estação Ferroviária
Construída no final do século XIX e remodelada em 1937, a estação, localizada no
bairro Campos Elíseos, retrata uma época em que a emoção da chegada e as lágrimas
da despedida corriam sobre trilhos, e não sobre o asfalto ou pelo ar. O prédio, que
ainda guarda suas características arquitetônicas, fica na Praça da Bandeira, onde, ao
centro, repousa uma simpática e graciosa “Maria Fumaça”, fabricada em 1911 na
Alemanha. É graças a ela, que dá à paisagem um charme muito especial, que o local é
conhecido pelos resendenses e pelos visitantes como Praça do Trenzinho. Atualmente
funciona na estação a Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo e a exposição
permanente que conta a história da expansão da ferrovia na região das Agulhas
Negras. A exposição está aberta a visitação de segunda a sexta das 12 as 18 horas.
Fazenda do Castelo
Antiga fazenda de café do período colonial situada na entrada da cidade. A casa de 26
cômodos possui jardins na fachada principal e numa das laterais. Os elementos
principais de sua fachada são as escadarias em mármore de carrara e azulejos
portugueses. Construído em 1835 pela família Paula Ramos, também responsável pela
construção do Palacete da Praça do Centenário. a Fazenda do Castelo segue o estilo neoclássico do século XIX. Não esta aberta a visitação pública.
Igreja Nosso Senhor dos Passos
Situada no Alto dos Passos, a construção data de 1827, feita com a ajuda financeira,
material e serviço da população. O administrador da obra foi o padre José Marques da
Mota. Na noite de 22 para 23 de novembro de 1848, um incêndio reduziu a cinzas todo
o edifício da igreja, ficando de pé apenas as paredes por serem de taipas. Escapou das
chamas a imagem de Nosso Senhor dos Passos. Esta imagem é uma das mais
perfeitas do Brasil. Foi reconstruída com a ajuda de fiéis. A igreja segue o estilo
neoclássico do século XIX.
Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
Sua construção iniciou-se em 1812. Foi construída por meio de subscrição popular.
Obrigou-se certos proprietários a fornecerem um determinado número de escravos
mensalmente, para os trabalhos de escavações e levantamentos de taipas. A 16 de
outubro de 1831, teve lugar a transladação do santíssimo sacramento e das imagens
da antiga para a nova igreja. A princesa imperial interessou-se pela obra, quando de
passagem por Resende em 1868. A 22 de agosto de 1945, a Matriz incendiou-se,
foram somente salvas as duas torres. Foi reconstruída com as mesmas torres, da
mesma forma e 21 de agosto de 1954, foi solenemente consagrada a Matriz de
Resende.
Igreja Nossa Senhora do Rosário
Situada na Rua do Rosário, em frente a praça do mesmo nome, teve sua construção
iniciada em 1825 e finalizada em 1827, através de doações. A igreja segue o estilo
Neoclássico do século XIX.
Mercado Municipal (Espaço Z)
Localizado próximo ao Terminal Rodoviário Urbano, o prédio foi construído no início do
século XX para funcionar como tal mas nunca chegou a cumprir seu objetivo tendo sido
fábrica de passamanaria, mercado de tropeiros e cooperativas de produtores. O galpão
é de estrutura metálica, assim como a estrutura do telhado. Somente na fachada frontal
mantém seu aspecto original. Hoje ele abriga atividades culturais e recebeu o nome de
Espaço Z.
Palacete
Localizado na Praça do Centenário. Construído no século XIX, foi propriedade do
Padre Marques da Mota. Era considerada a residência mais confortável da cidade e foi requisitado para hospedar a Princesa Isabel e Conde D’Eu, quando visitaram a cidade
em 1868. Hospedou também vários governadores de estado. O prédio é de grande
valor arquitetônico.
Ponte Nilo Peçanha (Ponte Velha)
A travessia do Rio Paraíba foi um problema para os moradores de Resende até o início
do Século XIX. Em 1821 a primeira ponte de madeira foi construída sobre o rio, mas foi
carregada pela grande enchente que atingiu o município em 1833. Depois disso, uma
nova ponte de madeira foi erguida, durando até o final do Século XIX. Mas os problemas da travessia só acabaram mesmo em abril de 1905, quando foi inaugurada
a Ponte Nilo Peçanha, mais conhecida como Ponte Velha. Pré-fabricada em estrutura
metálica importada da Bélgica e trazida de navio, sua construção foi um marco no
desenvolvimento da cidade. O nome, Nilo Peçanha, é uma homenagem ao Presidente
da época que veio a Resende especialmente para a inauguração.
Sobrado de Dona Maria Benedita
Situado na Praça Oliveira Botelho, o sobrado foi construído em 1840 pelo Comendador
Manoel Gonçalves Martins, um dos maiores produtores de café da região. Depois foi
residência de sua filha Maria Benedita, conhecida como a rainha do café. O sobrado foi
centro da vida social da cidade no Século XIX. Contam os historiadores que numa de
suas festas foi servido, pela primeira vez na cidade, sorvete.